Por José Paulo Grasso
Contudo, qualquer análise dessa economia que vem sofrendo há mais de meio século de uma incúria administrativa, e que culminou com a falência dos serviços públicos e privados, não enxergará motivos para comemorar, mesmo com a tão badalada união entre os três poderes e as enormes despesas oficiais em propaganda para anunciar que o Rio finalmente está mudando.
O que o estado arrecada não é suficiente para fazer frente às suas necessidades, como ficou expresso no uso de dinheiro carimbado para reequipar bombeiros na construção de pontes e num aumento escalonado de 1% ao mês até 2014, entre outros arranjos “necessários” para que a máquina pública não desande. Só para melhorar o salário da PM será necessário disponibilizar R$ 4,6 bilhões, que, além de não existirem, não há no horizonte perspectivas de aumento de arrecadação para viabilizar. Para reverter isto será preciso investir em qualidade de vida, o que é impensável porque a prioridade é a segurança. Só que o secretário Beltrame já afirmou que “nada sobrevive só com segurança”, ou, como se diz popularmente, “se ficar o bicho come e se correr o bicho pega”.
A literatura sobre os benefícios de sediar tais eventos midiáticos é negativa quanto a resultados em revitalizar economias, a não ser quando associados à indústria turística, que por acaso é a vocação natural do Rio, sendo que ela é apontada de forma unânime como a de maior potencial do mundo, podendo multiplicar por trinta o número de visitantes de hoje, desde que um bom trabalho seja realizado.
Chegou a hora de esses movimentos pressionarem por aumentos salariais apresentando opções claras para políticas públicas de resultados, como em outras economias em que as autoridades, pressionadas, agiram e conseguiram mudar paradigmas. A solução está aí, só não enxerga quem não quer ver. Acorda, Rio! E vamos nos unir para revitalizar a economia, priorizando o social, o cultural e o ambiental através de um mecanismo que eternizará o Rio com qualidade de vida, mostrando ao morador sua inserção num futuro digno, como fizeram outras cidades ao redor do mundo.
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