Por José Paulo Grasso
Ao invés de desenvolver um potencial que é considerado de forma unânime como o maior, levando o Rio à dianteira mundial do setor em curto prazo e aumentando a arrecadação em bilhões de dólares, o que produzirá uma modernização de toda a infraestrutura física e de serviços para desenvolver a qualidade de vida, beneficiando a todos comprovadamente, ao incentivar uma revitalização socioeconômica, cultural e ambiental do RJ, resolveu conceder incentivos fiscais. Inexplicavelmente, sem um plano diretor que norteie seu futuro desenvolvimento dentro de uma estrutura arrasada por mais de meio século de incúria administrativa.
Sem especificar qual o critério adotado, foi criada uma lei de incentivo a hotéis que baixou os custos de construção em 20%, fora o financiamento do BNDES, a juros generosos. Como resultado, planeja-se construir nove hotéis, sendo que dois serão em Del Castilho. Será que isto está correto? Por que não se anunciam hotéis cinco estrelas, atual deficiência do RJ, e que demonstrariam a solidez dos objetivos de voltar a ser a “Cidade Maravilhosa”? Por que não há uma âncora que desencadeie uma atividade econômica tão importante como essa? Por que a Associação Comercial do RJ não questiona a condução deste setor de vital importância econômica?
A UniverCidade pesquisou e comprovou que o “carioca” não entende a real importância da atividade turística para a economia. As lideranças, se quiserem obter êxito em suas justas reivindicações, terão que acordar para o fato de que a única forma de revitalizar a economia para conseguir aumentos reais que deem dignidade e proporcionem qualidade de vida ao trabalhador, só poderão ser alcançadas com o desenvolvimento do turismo. A única atividade que movimenta todos os setores simultaneamente e que trará aumento da renda per capita para acabar com o abismo social que relegou ao Rio o epíteto de “cidade partida”.
O COI e a Fifa estão pressionando para obter uma série de vantagens para seus interesses, mas é possível reagir e negociar, como aconteceu em outros lugares. É necessário apresentar argumentos sólidos, o que não podemos é perder uma chance única de reinventar o RJ.
E você, que está sentindo na pele que a realidade “propagandeada” da cidade é completamente diferente da que vivencia, por que não sai desta inércia e se junta a nós? Acorda, Rio!
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