Os nossos representantes políticos enriquecem indecentemente enquanto a economia do Rio de Janeiro se deteriora a olhos vistos, mesmo com toda a pujança potencial visando a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
Repare o leitor que no item desenvolvimento social do pomposo Planejamento para 2030, no portal da prefeitura, aparece simplesmente: tratamento de viciados! Revitalizar a economia? Nem pensar. O bom para os nossos governantes é sempre “mais do mesmo”. Uma imobilidade administrativa e política que poderá arrasar o nosso futuro. O mais agravante é que com planejamento e união de toda a sociedade esse quadro mudaria no curtíssimo prazo.
Na contramão disso, temos a maior vocação natural planetária para a maior indústria do mundo: o turismo. Agora, na crise, os EUA estudam até retirar a exigência de visto para brasileiros, porque nossos compatriotas são os que mais gastam nas viagens para lá. O gasto diário médio dos brasileiros foi de US$ 415 (R$ 773) em 2010. A média dos visitantes de todas as nacionalidades no mesmo período foi US$ 206 (R$ 384). Sem contar que ainda mandaremos no mínimo vinte mil estudantes para se aperfeiçoarem lá nos próximos anos, fato conhecido como turismo pedagógico. Eles, é claro, estão adorando. Para se ter uma idéia do prejuízo, o Brasil recebe 5,5 milhões de visitantes anuais. Londres recebe 20 e a França 80 milhões. Adivinha quem ter a maior vocação mundial, segundo a ONU? Nós! Já pensou se o setor fosse desenvolvido a sério, macroeconomicamente, quanto ganharíamos em todos os aspectos?
Aliás, o que faz um turista hoje no Rio e o que poderia fazer se este mercado fosse desenvolvido em todos os sentidos? O que a população ainda não descobriu é que o Rio pode oferecer oportunidades de negócios em todos os setores da sociedade via o desenvolvimento do turismo (dois milhões de empregos de qualidade em curto prazo, até para os analfabetos), num ambiente propício a proliferação de centenas de milhares de micro e pequenas empresas e que, com isso, todos se beneficiariam direta e indiretamente, sendo que a violência tenderá a desaparecer porque todos estarão unidos ganhando não só dinheiro como qualidade de vida em todos os sentidos. Numa situação dessas só se tem a ganhar, ainda mais ao apresentarmos uma visão de futuro em que todos se sentirão inseridos. Sem gentrianismo.
Aliás, qual é a relação atual da cidade com o turismo? Nenhuma? Isto tem que mudar com a integração da população ao universo inesgotável de opções que a cidade tem a oferecer, que hoje não são exploradas e que renderão bilhões de dólares anualmente à economia do Rio e a seus moradores. E que um turista de qualidade estará cheio de vontade de conhecer, ainda mais com a opção de ele se enriquecer culturalmente e voltar abastecido de histórias interessantes para contar, valorizando o seu perfil. O que estamos esperando?
Já imaginou o que a nossa sociedade unida e com uma opção clara de futuro poderia conseguir? É um absurdo desperdiçar uma oportunidade como essa. No Rio, investimento em turismo não pode ser mais só para inglês ver.
1 comentário:
Apesar do tom panfletário do discurso e com pouco dados para sustentar suas afirmações, o engenheiro levanta um caso que repetidamente tem recebido poucas atuações concretas do município e do estado, as políticas de turismo da principal cidade turística brasileira. A qualidade da estrutura existente já deixa muito a desejar, vide Galeão, Novo Rio e hotéis para o turista médio, vá saber o que virá ainda mais nos proximos 4 anos.
No entanto o engenheiro comete um erro grosseiro ao querer comparar o nível de turismo do Brasil com Londres (sic) e França. Nunca teremos o mesmo desempenho, por razões óbvias. Se um belga atravessa o Canal da Mancha, ele é computado como visitante estrangeiro no Reino Unido. Se um potiguar pega um vôo de 4 horas para o Rio, ele aparece como turismo interno. Por este simples motivo não podemos aceitar estes destinos como base de comparação, mas sim aqueles que como nós que estão distantes e são dependentes dos mercados norte americano e europeu: Argentina, África do Sul, Austrália, Tailândia, Índia etc... Estes sim apresentam referências mais realistas.
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